Os desafios de se tornar um líder

Preparar líderes capazes de atingir resultados consistentes e de gerir equipes de modo eficaz é uma das grandes preocupações das empresas. Atualmente, desenvolver pessoas com essa expertise é um desafio constante que depende da dedicação das organizações em treinar seus funcionários e do autodesenvolvimento dos profissionais.

As pessoas mudam de posição e as responsabilidades e competências também se alteram. O grande erro é pensar que conseguirá sucesso no novo cargo com as habilidades da função anterior. Existem muitos profissionais técnicos, com muito conhecimento e que entregam ótimos resultados. Porém, quando assumem cargos de liderança não obtêm sucesso por não terem o preparo adequado para a função – o gerenciamento individual é bem diferente da gestão de uma equipe.  “O profissional pode ter sido um excelente vendedor e isto faz organização presumir que será um bom gerente de vendas. Nem sempre é assim e é aí que começam os conflitos e as cobranças”, aponta Jaqueline Weigel, sênior coach executiva.

O líder deve fazer os seus funcionários buscarem soluções criativas, mas muitas empresas promovem as pessoas para este posto sem o devido preparo. Um profissional exemplar nos aspectos comportamentais e de resultados, nem sempre se tornam bons administradores de pessoas. As organizações imaginam que os colaboradores, ao assumirem cargos de gestão, podem aprender a função exclusivamente na prática, mas não é bem assim. “Profissionais despreparados podem agir com abuso de poder por não terem a habilidade e conhecimento para lidar com pessoas. A distorção de visão de poder leva o indivíduo a se tornar autoritário, algo mal visto hoje em dia”, relata Vera Martins, diretora da Assertiva Consultores. Segundo ela, o ideal é extrair resultados de uma equipe por comprometimento, com respeito e maturidade, e não por autoritarismo e pressão.

A comunicação entre empresa e profissional deve ser clara e as expectativas devem ser expostas a fim de alinhar o posicionamento de ambas. Não é recomendável que os profissionais estacionem e esperem apenas que as empresas os desenvolvam. Cabe ao indivíduo ir atrás de seus objetivos e ser o protagonista de sua história. É importante buscar o autoconhecimento a fim de saber quais são suas competências de destaque e como seus valores se adaptam à cultura da empresa e da equipe liderada. “Fazer boas leituras, realizar cursos de aprimoramento, frequentar seminários e fazer processos de coaching são dicas importantes para aumentar as chances de promoção e se preparar para o cargo”, indica Martins.

O líder moderno

As principais características exigidas de um líder considerado moderno são a inteligência emocional, o autoconhecimento e a maturidade para lidar com as pessoas. Na era do conhecimento, tudo se renova muito rápido, e o líder deve ter a consciência de que não sabe mais do que seus liderados – ter a humildade de saber que deve sempre aprender coisas novas é essencial.

De acordo com Weigel, o profissional precisa ter o processo intuitivo para conseguir entender o que se passa no ambiente de trabalho e se mostrar colaborativo, “jogando com o time”. Ele precisa também ter um propósito particular, mas que seja relevante para as pessoas a seu redor.

Ascensão na corporação

Segundo estudo realizado pela consultoria norte-americana Development Dimensional International (DDI), globalmente apenas 11% dos gerentes estão realmente prontos para serem líderes e 57% aprendem sobre o papel durante a jornada ou com os erros do dia a dia.

A promoção interna motiva os funcionários a progredir e se autodesenvolver, mostrando-se uma forma de reter talentos. Hoje, principalmente o jovem profissional, com seu comportamento imediatista e impaciente, não enxergando possibilidades de crescimento a curto e médio prazo, acaba procurando outra organização para atuar.

O investimento em treinamentos para este perfil de profissional deve ser grande, pois como não tem grandes experiências passadas, acaba se aprimorando diariamente no trabalho. ”Promover profissionais de dentro da companhia para cargos de liderança é vantajoso porque, teoricamente, conhecem mais a fundo o negócio da empresa”, explica a coach.

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