Em um evento de Coaching em grupo em que estive semana passada, a palestrante mencionou três fatores que motivam e retém talentos nas companhias: 1 – qualidade de vida,  2 – senso de pertencimento e 3 – participação/ compreensão da importância de seu trabalho. Continuar lendo

Antigo funcionário da Carphone Warehouse (retalhista de telemóveis para automóveis), Paul Potts transformou-se numa das mais improváveis estrelas televisivas dos últimos anos graças à sua interpretação de Nessun Dorma (ária da ópera Turandot, de Puccini).

A baixa auto-estima e a assumida rigidez do cantor de ópera parecem ter sofrido, igualmente, algumas alterações, como se comprova na postura mais descontraída e confiante, aquando a sua aparição no programa matinal americano, “Today Show.

O momento da escolha da carreira, da profissão e da formação profissional deveria ser tratado com mais seriedade e importância do que normalmente imaginamos. Continuar lendo

Passei quatro anos na faculdade de Administração. Como todo aluno de qualquer instituição brasileira de ensino superior, tive vários bons professores, uns dois que eu enquadraria como inspiradores e, infelizmente, alguns que não mereceriam passar do portão da universidade. Esses dois professores inspiradores, de uma forma ou de outra, conseguiram grudar na minha mente a seguinte mensagem: você é o único responsável pela sua formação.

E a realidade é essa. Você pode estudar na melhor universidade do mundo, pode ter à sua disposição os melhores recursos e pode até contar com os melhores professores. Sem ralar, meu amigo, de nada adianta.

Quando você absorve o verdadeiro significado desse mantra, algo de transcendental acontece. Lembra aquela cena de Matrix em que Neo ressuscita e consegue enxergar a natureza da Matrix com todos aqueles códigos verdes? É mais ou menos isso. Iluminação. Nirvana.

Quando você compreende isso, seus parâmetros mudam. É normal, por exemplo, encarar o professor como alguém que impõe obstáculos aos seus objetivos. Quando se tem isso em mente, suas ações são pautadas a atingirem os critérios daquele professor. “Ah, esse professor é ‘bonzinho’. Posso fazer de qualquer jeito que ele dá nota boa”. “Esse cara é exigente, tenho que estudar um pouco mais para poder passar”. Notas? Provas? Nível de exigência do professor? Dane-se tudo isso!

Quando passamos pela experiência da revelação – lembre-se: você é o único responsável pela sua formação -, isso tudo passa a ser secundário. Você não se preocupa em atender os critérios de exigência do professor, você se preocupa em superar seus próprios critérios internos. Sua meta não é atingir a média ou “tirar nota boa”. Essa besteira, inventada há séculos, é apenas a maneira que encontraram para viabilizar o sistema de ensino no mundo todo. Nada mais do que isso. Sua meta é superar a si mesmo, superar as suas limitações. Ir além do que você conseguiu ir no dia anterior.

Não é pelo professor que você se esforça, futuro administrador. É por você e pela diferença que você irá fazer no mundo. É da construção do seu “eu-futuro” que estamos falando. O professor não é seu adversário nessa trajetória – ele é seu aliado, seu guia, seu mentor.

Aliás, quer que eu conte outro segredo? O professor é um sujeito em formação, assim como você, por mais graduado que seja. Entender isso também faz com que você perca algo chamado de temor reverencial, ou seja, a mania que algumas pessoas têm de encarar um superior, autoridade ou pessoa famosa como um deus. Não confunda: não se trata de perder o respeito, e sim parar de enxergar como divindade alguém em uma posição mais elevada.

Outro parâmetro que é afetado é como você se coloca em relação aos seus colegas. Exemplo de um típico argumento vazio: “A minha nota foi a mais alta da sala”. E daí? Primeiramente, seus colegas não são seus concorrentes. Segundo, a sua régua de desempenho não pode ser definida pelos resultados dos seus pares. Nosso desafio aqui é o de superar nossos limites, não os dos outros. Vale a máxima de Lao Tsé, “quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível”.

Ah, você passa também a não confiar demasiadamente no seu talento. É importante reconhecer suas forças e fraquezas, mas o talento por si só não basta. Devemos transpirar para transformar nossos talentos em uma competência de fato.

Por fim, quando você finalmente internalizar a verdade de que é o único responsável não apenas por sua formação, mas pelo seu destino, poderá até se dar por satisfeito por ter realizado um trabalho bem feito aqui e ali, mas a única coisa que irá impulsionar seus resultados é aquele reconhecimento íntimo e sincero que diz: eu ainda posso fazer melhor.

Mudar aos 35 anos: valorize sua carreira

Mudar de carreiraAlém disso, nessa etapa da vida o profissional já construiu um breve histórico de realizações, angariou alguma experiência e está no momento de começar a capitalizar essas conquistas.

Por isso, deixar a carreira nesse momento é uma decisão difícil. É geralmente nessa fase que começam a aparecer as oportunidades para assumir desafios maiores: liderar equipe, unidade de negócios e projetos estratégicos. Para quem está em sintonia com o chefe, se sente reconhecido e satisfeito com a empresa, a sensação é de que tudo vai bem e o céu é o limite.

Por outro lado, é por  volta dos 30 que começam a pintar as primeiras crises relacionadas à carreira. O sentimento é mais latente para os que não estão onde gostariam de estar (cargo, área ou empresa). A moeda de troca também muda.

Se, antes, você aceitava ganhar menos em troca de aprendizado, agora o salário — o reconhecimento financeiro — ganha importância. Há ainda uma preocupação maior com o equilíbrio entre a agenda profissional e a pessoal. Quando esses elementos não estão alinhados aparece a comichão da mudança. Como lidar com a situação?

A psicóloga Mariá Giuliese, autora do livro O Jogo da Transição – Sua Carreira em Movimento (Ed. Saraiva), afirma que não há nada de errado em querer experimentar outro caminho. “É importante olhar para si mesmo e descobrir o que está acontecendo.” Mariá alerta também que familiares e amigos não são bons conselheiros.

“Eles são pautados pelos estímulos emocionais e morrem de medo de o novo desafio não dar certo.” Para auxiliar o profissional no momento da mudança, Mariá indica um coach, que terá uma visão mais estruturada e bem planejada. “A pessoa que entra no processo de mudança não fica preocupada com o tempo perdido na primeira carreira. Ela tem medo de estar equivocada.”

Se você não tem acesso a um coach, procure alguém mais experiente, que seja de sua confiança. Você vai saber que a conversa foi produtiva quando as perguntas que ele fizer o tirarem da zona de conforto. Para Fabio Saad, consultor da Robert Half, em São Paulo, um opção é mudar dentro da empresa, experimentar outra área que lhe interesse.

Se não há essa oportunidade, a saída é buscar formação na nova área e partir para o mercado. A recolocação pode demorar alguns meses. Por isso, é preciso estar preparado financeiramente. Segundo Daniel Cunha, diretor regional da consultoria Michael Page, de São Paulo, mudar a partir dos 30 é uma decisão corajosa.

“Um profissional com 35, quando escolhe partir para outra área, vai concorrer com gente experiente na nova área.” O fiel da balança está na real disposição para encarar a transição. Quem enfrentou o desafio não se arrepende. “Sou muito mais feliz hoje”, diz o ex-engenheiro André Rezende Azevedo, de 38 anos, que mudou de carreira depois de 12 anos trabalhando na indústria de bebidas .

Sou mais feliz agora

O engenheiro de alimentos paulistano André Rezende Azevedo, de 38 anos, disse adeus, no ano passado, ao trabalho que tinha como gerente de bebidas, depois de 12 anos no Grupo Schincariol. Como se diz no jargão corporativo, André queimou os ternos. “Gosto da profissão, mas cansei das longas jornadas de trabalho e das ligações no celular nos fins de semana”, diz.

O plano de mudança começou a ser traçado em 2000, quando ele assistia a uma aula de juros compostos no MBA que fez na Fundação Getulio Vargas. “Percebi que era importante me preparar financeiramente e, em 2007, fiz uma carteira de investimentos. Já estava juntando uma parte do meu salário.

Fui promovido naquele ano e, com isso, passei a guardar 40% do que ganhava.” Quando acumulou o suficiente para ficar sem trabalhar por até dois anos, saiu da Schincariol. André resolveu se dedicar à educação física e está cursando o segundo ano na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Se ele pensa em voltar a ser engenheiro? “Adoro esportes e, depois de me formar, quero trabalhar na área de saúde.”