Piadas irônicas, gritos, respostas atravessadas, abusos de poder, implicâncias, grosserias e indiretas são algumas das atitudes que caracterizam um chefe chato, ou seja, difícil de lidar. Um levantamento realizado no ano passado pela VAGAS Tecnologia, empresa especializada em consultoria e processos seletivos, revelou que 60% dos cerca de dez mil entrevistados classificam seus líderes como bipolares, autoritários, enroladores, e inseguros.

A pesquisa também procurou identificar, entre oito perfis de chefes propostos em uma enquete, qual predominava a partir das respostas dos funcionários. O bipolar liderou com 30% de identificação.

O total despreparo para a liderança e o medo de perder a cadeira são alguns dos motivos que fazem surgir chefes ruins e, consequentemente, funcionários frustrados.  “Muitas vezes, os chefes não conseguem separar as frustrações e os medos da vida pessoal e do trabalho e descarregam na parte mais fragilizada, nos empregados, que ficam menos comprometidos, criativos e motivados”, diz Jorge Dias Souza, executivo de recursos humanos e autor do livro As Chefias Avassaladoras.

Para não deixar que a atitude do gestor afete a sua produtividade, Época NEGÓCIOSconversou com especialistas no assunto. Segundo eles, reagir de forma correta em situações como esta, em vez de gastar energia reclamando, é essencial para manter a felicidade no ambiente de trabalho e a auto-estima profissional. Aí vão algumas dicas:

Observe o seu chefe
De acordo com Souza, existem muitos tipos de líderes chatos. O funcionário deve classificar o estilo de comunicação do chefe e entender o que faz ele agir assim. “Hoje, o que mais demite funcionários é o mau comportamento. Poucas pessoas são demitidas por falta de conhecimento. Por isso, é bom entender o estilo de comunicação do gestor. Entenda como ele vê a vida, como ele vê o trabalho, o que ele não suporta, o que ele gosta, o que deixa ele mais irritado, agressivo, arrogante. Armazene essas informações e use a sua inteligência emocional”, afirma Souza.

Se coloque no lugar do seu gestor
Na maioria dos casos, o líder é sempre mais cobrado do que a sua equipe. Geralmente, ele tem mais responsabilidades e se sente mais pressionado para obter resultados, já que ele é o responsável pela área. Se coloque no lugar dele, só não vale pensar apenas no salário que ele ganha para exercer a função. “Pensar nos problemas que ele enfrenta pode desmistificar essa ideia de chato e de crítico. Você irá descobrir responsabilidades e cobranças que nem percebia”, afirma Erica Isomura, especialista em recursos humanos da Vagas Tecnologia.

Aja racionalmente
Deixar a emoção de lado e não absorver emocionalmente a arrogância e as chatices do seu chefe é fundamental para que a relação entre vocês permaneça saudável. “Ouça o que tem por trás daquela mensagem e foque no que ele está te pedindo. Se não dá pra eliminar o chefe e nem fazer com que ele mude de atitude, não leve para o lado pessoal. Nem sempre o gestor é o vilão. Às vezes, ele nem sabe que está sendo chato. Dê um desconto para aquela chatice toda”, afirma Souza.

Pense positivo
Por pior que a situação seja, ela sempre tem dois lados. Pelo menos, é isso que prega a consultora de carreira da LHH | DBM, Irene Azevedo. “Ter um chefe chato vai te deixar mais maduro e vai te ensinar mais sobre as pessoas”.

Jamais altere o seu tom de voz
Para Irene, a melhor maneira para diminuir os surtos do seu chefe é nunca gritar. “Não se afete. Enquanto essa pessoa estiver falando alto, fale baixo e calmo. É muito difícil, mas nessa hora é preciso ter atitudes equilibradas e maduras”.

Peça feedback
Segundo Erica, da Vagas Tecnologia, para evitar conflitos entre líderes e empregados é essencial que o funcionário saiba o que é e será esperado do seu trabalho. “A comunicação entre eles precisa ser muito clara e eficiente. A maioria dos funcionários sempre espera um feedback, mas nunca pede. Não deixe para falar com o seu chefe só quando tem algum problema. Saiba exatamente o que é esperado de você”.

Respire fundo
O melhor que se tem a fazer quando o seu chefe faz algo que te incomoda é respirar. “Vá para outro lugar, respire fundo e diga para si mesmo ‘eu estou fazendo o meu trabalho. Eu estou fazendo as coisas certas’. Se estiver em uma reunião, por exemplo, faça naquele lugar mesmo. A respiração faz você olhar para dentro, para si mesmo”, diz Irene.

Cumpra os seus objetivos pessoais
Agradar a um gestor chato nem sempre é tarefa fácil. O importante é sempre ter em mente os seus objetivos pessoais e planos de carreira. “A organização não é você, você não é seu chefe. Foque no que você se propôs a fazer internamente. Faça o melhor que você pode fazer, por você. Você é dono da sua carreira e da sua vida”, afirma Irene.

Esteja sempre a postos
Se o seu chefe for chato no estilo detalhista exagerado, é importante se munir de informações, dados, resultados, relatórios. “A possibilidade de invenção e fantasias diminui”, afirma Erica.

Não se afaste
As atitudes chatas do seu chefe podem fazer com que você se afaste dele. Para Erica, essa não é uma atitude aconselhável no ambiente corporativo. Por mais que o seu gestor haja com você de forma agressiva, fazer um bom “marketing pessoal” é fundamental. “Ele precisa saber que você é importante pra ele”.

Diga como você se sente
Se nenhuma das dicas anteriores ajudar, conversar com o gestor pode ser uma solução. “Antes de pensar em trocar de emprego, converse com o seu gestor. O funcionário deve dizer ao chefe, sem criticá-lo, como se sente quando ele explode, por exemplo”. Para Irene, da LHH | DBM, essa conversa pode determinar se é ou não a hora de se demitir. “Se as atitudes continuarem, é hora de sair. Eu sempre digo que o funcionário não se demite da empresa, se demite do seu chefe. Mas é preciso pensar muito bem nas consequências dessa atitude. Se a organização te dá boas oportunidades, fique”, afirma.

Reveja as suas atitudes
Nem sempre a culpa é do gestor. De acordo com Souza, existem muitos funcionários que só querem “sombra e água fresca” e que qualquer palavra “mais dura”, sem maldade, se transforma em arrogância. “Tem chefe que pega mais pensado e não é por maldade, é para ver se o funcionário pega no tranco. Às vezes, o funcionário está tão fragilizado que qualquer ‘oi’ já faz ele chorar e tudo vira uma tempestade num copo d’água”. De acordo com ele, os líderes que mais são lembrados positivamente são os chefes rigorosos, mas que também respeitam os funcionários. “O bom chefe é aquele que tem o rigor da gestão, que ensina e que faz o empregado evoluir. Para ser um líder rigoroso, não precisa desrespeitar. Tem que orientar e acompanhar”.

Equilibrio entre mente e coraçãoUma mãe levou seu filho até Mahatma Gandhi e implorou-lhe:

– Por favor, Mahatma, diga a meu filho para não comer mais açúcar…

Depois de uma pausa, Gandhi pediu a mãe:

– Traga seu filho de volta daqui a duas semanas.

Duas semanas depois, ela voltou com o filho. Gandhi olhou bem fundo nos olhos do garoto e lhe disse:

– Não coma açúcar…

Agradecida, porém perplexa, a mulher perguntou a Gandhi:

– Por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa a ele entes!

E Gandhi respondeu-lhe:

– Há duas semanas, eu estava comendo açúcar.

Em tempos de foco na gestão e entrega de resultados a qualquer custo, profissionais multitarefas e gestão do tempo cada vez mais justa, cabe relembrar um assunto muito falado em empresas e processos de Coaching: Valores e Mudanças.

Todos temos valores de vida, alguns vivem mais intensamente estes valores, outros um pouco menos, outros buscam descobrir quais são os seus valores que norteiam suas ações para então desfrutarem da jornada da vida.

Entretanto, para falar de valores e mudanças, dois fatos são importantes e devemos levar em consideração:

  1.        Valores que norteiam nossa vida e nossas escolhas devem ser fortes o suficiente para nos sustentar frente aos desafios do desenvolvimento contínuo;

Em determinados momentos, dependendo das nossas escolhas, temos que promover e implantar mudanças pessoais e profissionais. O que nem sempre torna-se uma tarefa das mais fáceis, devido aos inúmeros papéis de nossas vidas, e, buscar o equilíbrio entre as áreas da vida e seus papéis assemelha-se ao equilibrista que é um termo genérico que abrange uma ampla gama de habilidades físicas que envolvem a capacidade de manter o equilíbrio.

  1.        Estas mudanças diretamente e na maioria das vezes interferem nos nossos valores.

A pergunta que fica é a seguinte: Estou disposto a abrir mão de algum valor ou abro mão da mudança?

Abrir mão não significa nunca mais ter ou viver este determinado valor, mas, neste momento, devido as escolhas feitas, será necessário gerir o equilíbrio entre os valores que direcionam a jornada, as mudanças necessárias para conquistar novos objetivos bem como o investimento do aprendizado contínuo para chegar ao tão esperado topo. Ou seja, o topo é a conquista final de um objetivo ou sonho, que ao chegar lá, por consequência da realização, uma nova jornada se inicia e muito mais está por acontecer em suas vidas. Mas, não percas o foco. Siga em frente!

“A vida é uma sequência de decisões, e ainda quando escolhemos não decidir, na verdade decidimos deixar que alguém decida por nós”. Marco Fabossi.