ENFRENTAMENTO POSITIVO

Como todas as coisas no mundo dos negócios, o segredo está em encontrar o equilíbrio nas práticas de gestão, principalmente quando estamos falando da gestão de pessoas.

Percebi que existe um assunto muito mal interpretado (e porque não mal resolvido) pela grande maioria dos gestores e empresários no que diz respeito a resolver situações que envolvem a melhoria de comportamentos dentro de uma empresa.

Muitos gestores e empresários adotam a triste regra do “8 ou 80″ no dia a dia de seus negócios, ou seja, ao precisar tratar de certos assuntos complicados e que envolvem feedback, conversa franca, análise – acompanhamento e cobrança de resultados,  o exercício do confronto das ideias e principalmente da melhoria de comportamentos, normalmente ou agem com uma postura ditadora ou indolente, ambas nocivas e prejudiciais ao desenvolvimento das pessoas e principalmente do negócio.

A conclusão que cheguei ao me debruçar sobre este assunto, mais corriqueiro do que se pode imaginar dentro das empresas e negócios, é que os conhecidos “ditadores” são profissionais fracos de mente e espírito, e que possuem uma necessidade insaciável de demonstrar e provar seu poder, inteligência e precisam defender a todo custo o atual “status-quo”. Já os conhecidos “indolentes” são profissionais medrosos e incapazes de aceitar e resolver a ambiguidade comum aos dias de hoje, preferindo fazer “vistas grossas”.

Gosto muito de uma expressão e também método que procuro adotar tanto na vida pessoal como na profissional, principalmente quando estou envolvido com missões de gestão e desenvolvimento de equipes, e que chamo de “Enfrentamento Positivo”, ou seja, eu procuro encontrar uma forma construtiva e principalmente respeitosa para esclarecer uma situação, dirimir dúvidas, clarear ideias e chegar a um entendimento bom para as pessoas, para o negócio e resultado a ser atingido em questão.

Sobre isto, vejo que muitos profissionais e gestores confundem ambientes saudáveis, harmônicos e orientados pela gestão de pessoas com ambientes isentos de discussões, debates e confrontos de ideias. Penso que um lugar onde as ideias não são questionadas e são aceitas prontamente – com certeza deve ser um ambiente onde impera o cinismo, a falsidade e a falta de confiança entre as pessoas e lideranças.

O ditado velho diz: tudo pode ser dito, desde que se saiba como!

Então ao sugerir a abordagem do “Enfrentamento Positivo”, o que eu proponho é que cada líder ou gestor possa se esforçar para:

1) Debater uma ideia ou enfrentar uma situação complicada, procurando estar livre da postura de que é preciso vencer a discussão;

2) Buscar, através de uma conversa questionadora e reflexiva, a razão para o ocorrido ou as causas mais profundas;

3) Perseguir o bom senso, recapitulando os objetivos estabelecidos, todos os acordos feitos, trazendo sempre a luz o compromisso e principalmente os resultados esperados;

4) Ter um alto controle emocional e principalmente colocar em prática a crença de que todas as pessoas no fundo são boas, honestas e querem o bem comum;

5) Perseguir a todo o momento a resolução da situação, muito mais do que se debater sobre os problemas, culpados ou erros, é preciso buscar as soluções e os aprendizados obtidos;

6) Exercitar o pensamento socrático, investigando a fundo os prós e contras, os ganhos ou perdas de tomar a decisão A ou B.

A grande verdade é que assim como acontece na proposta de “feedback”, as pessoas dentro de uma organização não melhoram ou não evoluem porque não recebem retorno adequado, algo que é possível ser feito através do “Enfrentamento Positivo”.

Assim proponho que você procure respirar fundo ou contar até dez antes de resolver situações complicadas, nunca fuja delas ou as enfrente de forma esmagadora, apenas aplique o “Enfrentamento Positivo” e dê a oportunidade para que todos da sua equipe cresçam como pessoas e profissionais, algo que a médio e longo prazo disseminará uma cultura de responsabilidade, compromisso e pensamento crítico na forma de conduzir um negócio.

Eu sei que falar é fácil, e que o difícil é colocar em prática, assim desejo-lhe boa sorte!

Marcos Ton